sexta-feira, 26 de outubro de 2007

As "damas" da FEB

Todo o material motomecanizado da FEB lhe foi entregue pelo Exército Aliado já em solo italiano. Algumas das viaturas recebidas eram “veteranas de guerra”, pois haviam sido utilizadas nas campanhas da Sicília e Norte da África. Um dos principais motivos para a FEB receber algumas viaturas já utilizadas, era a necessidade de remanejamento de material para a operação Overlord no Norte da França (Dia D).

As viaturas recebidas eram de número inferior às necessidades de nossa tropa, e nossos motoristas, após um breve treinamento de direção já em solo italiano, cuidavam delas com muito carinho, como se fossem verdadeiras “damas”. Prova disso, é que todas possuíam nomes pintados em sua lataria, alguns fazendo referência às “pessoas amadas” que ficaram no Brasil. Podemos citar, como exemplo, o Jeep FEB 330 que recebeu o nome DELOURDES e o Jeep FEB 310 com nome de MACACA. Até o Jeep do Gen Mascarenhas atendia pelo nome de LILIANA, homenagem do Cmt da FEB à sua filha. (Este Jeep foi recuperado e está em exposição no Monumento aos Mortos na 2ª GM – RJ).


Uma curiosidade eram as chaves de ignição das viaturas, solidárias aos painéis para evitar o risco de perdê-las. Outra curiosidade importante, era que nossas viaturas não possuíam uma numeração catalogada pelo Exército Brasileiro (conhecida por nós pelo “EB” da Viatura) e sim catalogada pelo Exército Americano, o que de certa maneira, dificultava um pouco o controle do material por parte dos escalões responsáveis da FEB. Por outro lado, facilitava em muito o lado dos pracinhas brasileiros, que conseguiam repor rapidamente as viaturas perdidas em combate. Os americanos, em algumas missões, deixavam suas viaturas encostadas, camufladas e sem ninguém para tomar conta delas; bastava passar por aquele local uma patrulha brasileira que, ao observar a viatura americana sem sentinela para vigiá-la, a “pegava emprestada”, já que a chave de ignição estava no painel. Ao chegar nos acampamentos brasileiros, a estrela e as inscrições do Exército Americano eram lixadas e pintado, em seu lugar, o nosso Cruzeiro do Sul, o nome FEB e um número qualquer, além, é claro, de um nome brasileiro pelo qual aquela viatura passava a ser conhecida. Quando a patrulha americana voltava, ficava surpresa e sem saber o que aconteceu com sua viatura, retornando aos seus acampamentos à pé.

Fonte: http://www.aman.ensino.eb.br/sanguenovo/historia_militar/feb.htm

Dica: Se sua esposa/namorada reclama muito que você dá mais atenção ao seu jeep do que para ela, que tal então batizá-lo com o nome dela? Fica assim a homenagem sem descaracterizar a viatura. ;)

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